quarta-feira, 18 de julho de 2012

Instrumentos de Capoeira

BERIMBAU












É difícil precisar a época em que o Berimbau passou a ser indispensável à roda de Capoeira. Até o século XIX, jogava-se apenas ao som dos atabaques.

Em publicação de 1834, Jean-Baptiste Debret diz que o Berimbau era tocado por ambulantes para atrair a atenção de fregueses. Para o Etnomusicólogo Tiago de Oliveira Pinto, o Berimbau é um instrumento de origem Africana que foi incorporado ao jogo da Capoeira com sucesso.

Conta Mestre Pastinha que o Berimbau também era usado como arma. Os Capoeiras colocavam uma faca na ponta do instrumento e atacavam os policiais que os perseguiam. Nesses momentos, o Berimbau transformava-se em foice de mão.

Existem três tipos de Berimbau: Viola(agudo), Médio(solo), Berra-boi(grave), determinados pelo tamanho da cabaça.

As partes de um berimbau são:

 


  • CAXIXI - Pequena cesta de palha, com fundo de couro, usada como chocalho. Tem de 10 a 15 centímetros de altura, cerca de 6 centímetros de diâmetro na base(essas medidas variam) e um recheio de sementes ou pedrinhas.
  • DOBRÃO Tomado da moeda de 40 réis, é uma peça de cobre com aproximadamente 5 centímetros de diâmetro. No entanto, utiliza-se também pedra-sabão ao invés do dobrão.
  • BAQUETA Ou Vaqueta, é uma vara de madeira com cerca de 40 centímetros de comprimento, sendo fina ou grossa.
  • CABAÇA - Caixa de ressonância. Feita com o fruto da Cabaceira, árvore comum no Norte e no Nordeste, pode ser oval(coité) ou pode ser formada por duas partes, quase que arredondadas ou interligadas. Depois de seca e cortada, tiram-se as sementes antes de ser lixada.
  • CORDAJá foi um cipó, um fio de latão, um arame de cerca e mais recentemente, fios de aço retirados de pneus. O mais comum, é usar o aço vendido em carretéis.

PANDEIRO










Para alguns estudiosos, o pandeiro é um dos instrumentos Africanos vindos para o Brasil. Mas sua origem pode estar entre os hindus, uma vez que o pandeiro é um dos mais antigos instrumentos musicais da "Velha Índia".

ATABAQUE





Termo de origem Árabe, o Atabaque já era usado na poética medieval e era um dos instrumentos preferidos dos reis que o utilizavam em festas e nos conjuntos musicais. O atabaque foi muito difundido na África, mas, segundo Waldeloir do Rego, foi trazido para o Brasil por "mãos Portuguesas".
É geralmente feito de madeira de lei como o Jacarandá, Cedro ou Mogno cortada em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas "travas" que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado.

RECO-RECO


Um instrumento utilizado na Capoeira Angola. Reco-reco antigamente não é como os de hoje, era feito com o fruto da Cabaceira, das que fossem cumpridas, então era serrado, na superfície, fazendo-se vários cortes, não muito profundos, um do lado do outro, onde era esfregado a baqueta. Hoje são feitos de gomos de Bambu ou de madeira.

AGOGÔ



Instrumento de origem Africana composto de um pequeno arco, uma alça de metal com um "cone" metálico em cada uma das pontas, estes são de tamanhos diferentes, portanto produzindo sons distintos.





GANZA



Instrumento musical de percussão utilizado no samba e outros ritmos Brasileiros. O ganzá é classificado como um idiofone executado por agitação. É um tipo de chocalho, geralmente feito de um tubo de metal ou plástico em formato cilíndrico, preenchido com areia ou grãos de cereais. O comprimento do tubo pode variar de quinze até mais de 50 centímetros. Os tubos podem ser duplos ou até triplos.

terça-feira, 26 de junho de 2012

História do Mestre Bimba


Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba (Salvador, 23 de Novembro de 1900 - Goiânia, 05 de Fevereiro de 1974) foi criador da Luta Regional Baiana, mais tarde chamada de capoeira regional.
Ao perceber que a capoeira estava perdendo seu valor cultural e enfraquecendo enquanto luta, Mestre Bimba misturou elementos da Capoeira Tradicional com o batuque (luta do Nordeste Brasileiro extinta com o passar do tempo) criando assim um novo estilo de luta com praticidade na vida, com movimentos mais rápidos e acompanhada de música. Assim conquistou todas as classes da sociedade. Foi um exímio lutador e acima de tudo um grande educador, foi o responsável por tirar a capoeira da marginalidade. Praticantes dessa arte se denominam "capoeira", pois, para eles, a capoeira é um estilo de vida - ser, pensar, agir como um capoeira.
Bimba empunhava regras para os praticantes da capoeira regional, sendo elas:
- Não beber, e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência da capoeira.
- Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte.
- Praticar os fundamentos todos os dias.
- Não dispersar durante as aulas.
- Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma o capoeira desenvolveria mais.
- Sempre ter boas notas na escola.
No vídeo Relíquias da Capoeira - Depoimento do Mestre Bimba, um documento audiovisual em VHS produzido por Bruno Farias, o próprio Manoel comenta sobre os motivos que o fizeram se mudar para Goiânia, onde ele conseguiu mais apoio financeiro. Posteriormente, em uma reunião de especialistas em capoeira no Rio de Janeiro, explica-se mais sobre o nome do esporte, sobre a criação da capoeira regional e sobre esse lendário personagem chamado Mestre Bimba.
A versão original do vídeo, veiculada em 2006 pela extinta PAM TV Florianópolis (Antigo canal 17 da TVA), acabou se extraviando. Porém, recentemente, o jornalista Bruno Farias encontrou no antigo acervo da emissora uma amostra de 2 minutos do Relíquias da Capoeira: Depoimento do Mestre Bimba e escreveu uma matéria sobre o assunto, publicada no site da Revista de História da Biblioteca Nacional, junto à referida amostra.

História do Mestre Pastinha


Mestre Pastinha nasceu em cinco de abril de 1889, descendente de pai espanhol e mãe baiana, foi batizado em 1889 com o nome de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha na cidade de Salvador-Ba. Conta-se que o princípio de sua vida na roda de capoeiragem aconteceu quando tinha oito anos, sendo seu mestre o africano Benedito, o que ao vê-lo apanhar de um garoto mais velho, resolveu ensinar-lhe as mandingas, negaças, golpes, guardas e malícias da Angola. O resultado veio logo aparecer, Pastinha nunca mais fora importunado por ninguém. Mestre Pastinha serviu na Marinha de Guerra do Brasil, onde permaneceu por um período de oito anos. Mestre Pastinha de tudo fez um pouco, trabalhou como pedreiro, pintor, entregava jornais, tornou conta de casa de jogo; no entanto, o que mais gostava de fazer era ensinar "a grande arte". Pastinha conhecia a capoeira, sabia como era importante continuar aquela cultura, aconselhava que era preciso ter calma no jogo "quando mais calma melhor pró-capoeirista", e que a capoeira "ela é o pai e mãe de todas as lutas do Brasil". Sabia muito bem os fundamentos e os segredos existentes na capoeiragem, cantava, tocava os instrumentos e ensinava como um verdadeiro mestre deve fazer. Pastinha foi nas rodas de capoeira um autêntico mestre, um bamba na luta. Saindo da Marinha em 1910, inicia sua fase de professor de capoeira, seu primeiro aluno foi Raimundo Aberrê, este se tornou um exímio capoeirista, conhecido em toda Bahia. Segundo Mestre Pastinha, sua primeira academia ficava localizada no Largo do Cruzeiro do São Francisco, na rua do meio do terreiro. Pastinha dizia: "A capoeira tem muitas coisas. Primeira parte; a capoeira tem seu dicionário; segunda parte: tem seu dicionário; terceira parte: tem seu dicionário e quarta parte: tem seu dicionário". Ensinava que quando alguém fosse falar sobre capoeira dissesse somente o que sabia, "não vá dizer que a capoeira é o que ela não é, nem vá contar o que não viu ninguém falar, então, não vá contar aquilo que não pode contar. Não é todo mundo que vá abrir a boca e dizer eu conheço a capoeira, a capoeira é isso. Nem todos mentais, nem todos os sujeitos podem abrir a boca para cantar o que é capoeira não". Mestre Pastinha era uma pessoa bem humorada, descontraída, bastante receptivo, rico em conhecimento, seu saber transcendia as rodas de capoeira. Era uma pessoa do mundo ideal, camarada amigo, pai e irmão dos discípulos. Viveu intensamente seus longos anos dedicados à capoeira de Angola, classificou-se na história da malandragem, da malícia, como ás. Manteve em sua academia de Angola, a originalidade da eficiência da luta em momento algum fora perdido na academia de Pastinha. Ele contribuiu categoricamente com o seu talento e dedicação à capoeira para que a sociedade baiana e brasileira percebesse a capoeiragem como uma luta-arte imbatível, guerreira, que está além dos paupérrimos preconceitos que há na sociedade. Vicente Pastinha foi filmado, fotografado, entrevistado, gravou disco e deixou um livro, a capoeira nunca mais poderá esquecer este ás, o guardião da capoeira Angola. Foi lá na casa 19, no largo do Pelourinho que funcionava a sua academia, o Centro Esportivo de Capoeira Angola fundada em 1941. Milhares de pessoas estiveram na academia, ficavam impressionadas com as cantorias, com o som dos berimbaus, pandeiros e agogôs e principalmente, com os jogos que lá rolavam. Por fim, foi feita uma reforma n sobrado, disseram ao mestre que ele não tinha com o que se preocupar, depois de terminadas as obras, ele voltaria lá, seu lar, sua academia. Nunca mais se ouviu a voz de Pastinha dentro do velho sobrado. O Mestre Pastinha não voltou, morreu na escuridão de um quarto decadente no bairro Pelourinho em Salvador.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A capoeira e seus estilos


A capoeira e seus estilos

Galera hoje quero falar sobre os estilos da nossa arte brasileira…assim como praticamente todas as lutas e esportes a capoeira também tem seus estilos diferentes dentro de si. Apesar de alguns não concordarem totalmente… hoje a capoeira é basicamente dividida em três estilos: angola, regional e contemporânea (estilo que alguns não reconhecem). Cada um tem a sua particulariedade, seus toques de berimbaus especificos e outras coisas que vou explicar! Vamo lá!

Capoeira Angola

Capoeira Angola: A origem correta é um pouco dificil de se saber pois é uma arte da época da escravidão portanto existem muito poucos documentos sobre sua origem. A versão mais aceita é que a capoeira angola foi desenvolvida por escravos africanos aqui no Brasil. Acredita-se que a capoeira angola era praticada de  nos terreiros das sensalas. Como os feitores e capitães-do-mato não sabiam se a capoeira era uma dança ou uma luta, os escravos treinavam muito. As caracteristicas princiapais do jogo de capoeira angola é o jogo mais rasteiro, um jogo onde vc estuda muito mais o seu adversário… os movimentos também são mais lentos (porém não menos eficientes), um jogo que exige mais força dos jogadores, pois são movimentos que necessitam equilibrio. Na roda de angoleiros antes do jogo começar sempre se canta uma ladainha (musica que geralmente conta uma história), a bateria desse estilo de jogo geralmente é formada de três berimbaus (Gunga (ou berra-boi), médio e viola), pandeiro, agogô, atabaque e alguns mais antigos usam também o reco-reco. O maior icone e divulgador desse estilo de capoeira é Vicente Ferreira, o Mestre Pastinha.

Capoeira Regional

Capoeira Regional: Antes chamada de Luta Regional Baiana criada por volta de 1928 por Manoel dos Reis Machado, conhecido como Mestre Bimba. Mestre Bimba fez uma junção da capoeira angola que ele ja praticava com um tipo de luta livre chamado Batuque (que era muito comum na bahia no seculo XIX) e também alguns movimentos de outras artes marciais. Na capoeira Regional o capoeira passou a jogar mais em pé num jogo mais rapido. Mestre Bimba criou o primeiro método didático de ensino que consistia na sequencia de Bimba (uma seuqencia de movimentos especificos), Bimba criou também um código de ética que na época exigia até mesmo a higiene do capoeira, instituiu o uniforme branco e o sistema de Graduação, na época eram com lenços coloridos, mais tarde passou a ser através de cordas, cordões e ou cordéis. Os toques também são bem especificos. Na roda de capoeira regional os toques básicos pra se jogar é São Bento Grande de Bimba (jogo em pé, rápido e mais agressivo), Benguela (jogo mais balançado, um pouco mais lento que o sbg e mais floreado), Iuna (jogo exclusivo para formados, mestres ). Existiam outros toques como o Cavalaria que avisava quando capoeiras de fora chegavam, e também avisava a chegada da policia, o Idalina, Amazonas e Santa Maria era toques para apresentações especiais.

Capoeira Contemporânea

Capoeira Contemporânea:Apesar de alguns não concordarem com esse “novo estilo” ele hoje é o que mais cresce. Surgiu mais ou menos na decada de 70, é um estilo que basicamente mistura os estilos angola e regional. Com um jogo objetivo, agrassivo, rápido (caracteristicas da capoeira regional 0 e ao mesmo tempo balançado, floreado e malicioso (caracteristicas da capoeira angola). Um dos precursores e divulgadores desse estilo é Mestre Camisa do grupo de capoeira Abadá. O estilo contemporâneo não tem a intenção de descaracterizar as origens da capoeira, este estilo vem para acrescentar mais ao capoeira que não se limita apenas a um estilo só. As caracteristicas principais do jogo contemporaneo são as expressões corporais muito mais evidentes (onde os capoeiras balançam bem mais que os outros estilos), existem também as fintas de movimentos (onde os capoeiras fingem um movimento praparando pra outro). Os toques mais usados são São Bento Grande de Bimba e Benguela.
Galera espero que tenha sido interessante saber um pouco mais sobre a história da nossa arte. Aguardem que em breve estaremos postando mais da história da capoeira, origens, toques, musicas enfim tudo sobre nossa arte, e claro o mais importante nunca esquecendo do nosso MAIOR MESTRE…. JESUS CRISTO!

Letras de Musicas


Eu sou movido pela capoeira.

Escrito por Barril

Eu sou movido pela capoeira
Eu sou movido pelo berimbau



Na ladainha de Angola
Na quadra da Regional
No gingar de um capoeira
No toque do berimbau



Coro


O mundo fica pequeno
Quando a roda começa
Expresso o meu sentimento
Deixo o meu corpo falar



Coro


Ela é minha estrela guia
É ela que vem e me leva
Peço a Deus e agradeço
Por ter conhecido ela



Coro


Ela é a minha vida
É ela que me carrega
É a minha energia
Por isso eu levo ela



Coro


Eu comecei por brincadeira
Comecei sem emoção
Mas depois a capoeira
Conquistou meu coração



Coro


Eu escolhi a capoeira
Porque ela me escolheu
Olhei pra ela ela sorriu
E naquele instante me escolheu

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IAA IOO

Autor: Edison Show 

Quando o meu mestre se foi;
Toda a Bahia chorou;


Iaiá ioiô (2x)


Oi menino com quem tu aprendeu; (2x)
Aprendeu a jogar capoeira aprendeu;
Quem me ensinou já morreu; (2x)
O seu nome esta gravado;
Na terra onde ele nasceu;
Salve o mestre Bimba;
Salve a ilha de Maré;
Salve o mestre que me ensinou;
A mandinga de bater com o pé


Coro


Mandingueiro;
Cheio de Malé moléncia;
Era ligeiro o meu mestre;
Que jogava conforme
a cadência;
No bater do berimbau;
Salve o mestre Bimba;
Criador da regional;
Salve o mestre Bimba;


Coro


Aprendeu meia-lua aprendeu;
Oi martelo, rabo-de-arraia;
Jogava no pé da ladeira;
Muitas vezes na beira da praia;
Salve São Salvador;
Salve a ilha de Maré;
Salve o mestre que me ensinou;
A mandinga de bater com o pé;
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Maré Me Leva


Autor: Boa Voz


Maré me leva;
Maré me traz

A vida do capoeira;
É como a do pescador;
A onda balança o barco;
E a ginga o jogador; 

Coro

O vento sobrou nas velas;
Balançando a minha nau;
Na roda de capoeira;
Quem me leva é o berimbau;

Coro 

A noite olho as estrelas;
Que é pra me orientar;
Bom Jesus dos navegantes;
É quem me guia pelo mar;

 Coro

Na rede vem a traíra;
Um peixe que morte a mão;
Na roda brilha a navalha;
E os cinco Salomão;

Coro

Às vezes a pesca é boa;
Às vezes o jogo é bom;
Mas quando nada dá certo;
Eu volto a tentar então;

Coro
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Seus olhos

Autor: Boa Voz


Seus olhos parecem dois rios rolando pro mar
Quando você chora, quando você chora.
E eu como bom capoeira não posso negar
Que o meu berimbau também já me fez chorar

Tem choro de alegria
Choro de tristeza e dor
Cada um tem seus motivos
Tem até choro de amor
Seu olhos...

Coro


Talvez pela falta de jeito
Da cabra valente
Quando quer disfarçar
É quando ele mais sente
Seus olhos...

Coro


Em dados momentos da vida
É preciso entender
Quando é forte demais
É a hora de ceder
Seus olhos...

Coro


Se diz o ditado
Que o homem não pode chora
Como posso explicar
Se quando nasce, ele chora.

Coro
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Capoeira eu não sou daqui



Autor : Sabia



Capoeira eu não sou daqui
eu sou de um outro lugar
minha vida é a capoeira
eu vou onde o Berimbau chamar


Coro


Na mão levo meu berimbau
No meu peito os meus fundamentos
Quem comanda o jogo da vida
É a forca do meu pensamento

Coro


O meu pensamento tá nela
No meu peito ele palpita
Quando eu vejo uma roda
O meu corpo se arrepia

Coro

Ouço a voz do berimbau
Treinando consigo ver
Capoeira é minha vida
Sem ela não sei viver

Coro


Capoeira tem harmonia
É saudade de quem nos deixou
É choro de uma viola
É lamento de um cantador

Coro

A saudade caminha comigo
Quem tem seu mestre tem valor
A falta que faz um amigo
Um mestre, um irmão e um professor.

Golpes Fundamentais




Antes de mais, é necessário relembrar que este espaço de demonstração de movimentos básicos de Capoeira ser útil, não tem comparação ao treino com um Mestre de Capoeira. Apenas em treinos de Capoeira se pode aprender se pode aprender esta verdadeira arte. E é necessário explicar que seria impossível elaborar um reportório de todos os movimentos de Capoeira, visto que muitos ou são derivados ou combinações de outros movimentos. nós aqui apenas tentamos mostrar os mais comuns e básicos



Ginga:

O movimento básico de Capoeira. Em vez de o capoeirista se fixar numa posição, ele está sempre em movimento, efetuando esta espécie de dança.

Au:

O Au é basicamente aquilo a que se chama uma roda, praticada normalmente na ginástica. Também conhecido como Au Regional é usado na Capoeira como uma forma rápida de fugir ou enganar o "adversário”.

Au Angola:

O Au Angole é um Au, mas este é apenas utilizado na Capoeira Angola. O seu afastamento do Au (acima) é o fato de se flexionarem os joelhos na execução da roda.

Cocorinha:

A Cocorinha é um método evasivo, nomeadamente consiste na forma de evitar pontapés circulares efetuados em curta distância. Neste movimento é necessário que a mão que toca no solo mantenha o equilíbrio, e, tal como em todos os movimentos e "jogo" capoeirista, é necessário manter sempre o contato visual com o adversário.
Benção:
Trata-se de um pontapé frontal, utilizado quer na Capoeira Regional quer na Capoeira Angola, que consiste num movimento de força que pode surpreender o oponente. Repare-se no movimento do joelho. O Capoeirista levanta a joelho, deixando o adversário sem a certeza se este irá fazer a Benção, o Martelo ou qualquer outro pontapé frontal com o mesmo tipo de movimento.


Rolê:

O Rolê trata-se de um meio de se movimentar na "Roda", tal como a Ginga e o Au.


Ponteira: 

É muito parecido com a Benção, mas trata-se de facto de um movimento bem diferente, visto que é bem mais rápido e imprevisível. Na Ponteira, o capoeirista não levanta o joelho, mas levante logo a perna num movimento arqueado, apenas flexiona um pouco a perna na subida de modo a atingir com maior impacto o peito ou estômago do oponente.

Meia Lua de Frente:
A partir da Ginga levanta-se a perna aliviada - mais traseira - e roda-se numa trajectória correspondente a semi-círculo. É necessário que, no movimento, não se perca a orientação. Para melhor equilíbrio, empurram-se os braços em sentido contrário.

Meia Lua de Compasso:

Também conhecida como Rabo de Arraia. Tal como na Meia Lua de Frente, levanta-se a perna e roda-se de modo a se fazer um semi-circulo, mas desta feita, o movimento é feito com ambas as mãos no chão e de costas voltadas para o oponente. É um movimento muito comum na Capoeira, que para ser eficaz deve ser efetuado muito rapidamente. O Capoeirista também deve ter cuidado ao levantar a cabeça, porque normalmente este movimento é respondido também com qualquer tipo de Meia Lua.

Armada: 
Trata-se de um pontapé rodado muito comum em Capoeira. Parecido com uma Meia Lua, devido à rotação, começa-se, como quase sempre, a partir da Ginga. Neste caso não existe apenas um rotação da perna, mas também uma importante rotação de corpo.

Martelo:

Pontapé comum em Capoeira. É necessário um bom alongamento de pernas e equilíbrio. Tal como na Benção é necessária a elevação de joelho, mas a movimentação da perna é feita num ângulo diferente. O Martelo é muito Regional, muito competitivo, forte e rápido.




Outros Movimentos:

Queda de três



Queda de Quatro

Queixada

Fundamentos da Capoeira

A capoeira que se pratica hoje, apesar de estar um pouco descaracterizada, ainda assim preserva alguns fundamentos de antigamente. e os principais são:
- respeito ao berimbau;
Não importa o que aconteça na roda, quem está tocando o berimbau "gunga" é quem manda. É ele quem decide quando a roda para, quando o ritmo ou o toque muda e assim vai.
- jogar de acordo com o toque do berimbau
Se está tocando angola tem que jogar angola, se está tocando regional tem que jogar regional, assim como se estiver ouvido samba, não faz sentido dançar um forró.
- cumprimentar o seu parceiro ao entrar e ao sair da roda.
Na capoeira também não é necessário acertar um golpe no seu amigo para mostrar que você é melhor que ele. Os verdadeiros mestres quando percebem que vão acertar os seus parceiros conseguem parar o pé no momento exato antes de tocar o corpo do outro, mostrando que poderia te-lo acertado com golpe.
Existem também os mandamentos da capoeira regional, criados pelo Mestre Bimba que são:


1. Deixe de fumar. É proibido fumar durante os treinos.
2. Deixe de beber. O uso de álcool prejudica o metabolismo muscular.
3. Evite demonstrar aos seus amigos de fora da ‘roda’ de capoeira os seus progressos. Lembre -se de que a surpresa é a melhor aliada numa luta.
4. Evite conversar durante o treino. Você está pagando o tempo que passa na academia, e observando os outros lutadores, aprenderá mais.
5. Procure gingar sempre.
6. Pratique diariamente os exercícios fundamentais.
7. Não tenha medo de se aproximar do oponente. Quanto mais próximo se mantiver, melhor aprenderá.
8. Conserve o corpo relaxado.
9. É melhor apanhar na ‘roda’ que na ‘rua’.


Já na capoeira Angola, seus praticantes fazem questão de manter todos os seus preceitos e tradições, seus costumes e fundamentos como antigamente, mais parecendo um verdadeiro ritual. E muito belo de se ver.

sábado, 23 de junho de 2012

História da Capoeira



A capoeira surgiu entre os escravos como um grito de liberdade. 
Os negros da África, a maioria da região de Angola, foram trazidos para o Brasil para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar como mão de obra escrava. 
Segundo Menezes (1976), a vida dos negros trazidos da África de maneira forçada, brutal, consistia em trabalhar de sol a sol para os senhores portugueses que exploravam as riquezas brasileiras desde o descobrimento. 
Chegando à nova terra, (os escravos) eram repartidos entre os senhores, marcados a ferro em brasa como gado e empilhados na sua nova moradia: as prisões infectadas das senzalas. Os colonizadores agrupavam os africanos de diferentes tribos, com hábitos, costumes e até línguas diferentes, eliminando, assim, o risco de rebeliões. 
Os negros chegavam ao Brasil, depois de passarem dias empilhados em navios negreiros, trazendo como única bagagem suas tradições culturais e religiosas. 
O negro trouxe consigo suas danças e lutas guerreiras que de muita valia veio a se tornar para os escravos fugitivos.
Na África, mais precisamente na região de Angola, os negros lutavam com cabeçadas e pontapés nas chamadas "luta das zebras", disputando as meninas das suas tribos com a finalidade de torná-las suas esposas. 
Na ausência de armas, os negros buscaram nas danças guerreiras sua forma de defesa. Da necessidade de preservação da vida, surgiu a capoeira.
Tendo como mestra a mãe natureza, notando brigas dos animais as marradas, coices, saltos e botes, utilizando-se das manifestações culturais trazidas da África (como, por exemplo, brincadeiras, competições etc. que lá praticavam em momentos cerimoniais e ritualísticos), aproveitando-se dos vãos livres que aqui se abriam no interior das matas e capoeiras, os negros criam e praticam uma luta de autodefesa para enfrentar o inimigo.
Com o passar dos tempos, os nossos colonizadores perceberam o poder fatal da capoeira, proibindo esta e rotulando-a de "arte negra", Santos (1998).
Em 1888 foi abolida a escravatura e com isso muitos escravos foram lançados nas cidades sem emprego e a capoeira foi um dos meios utilizados para a sobrevivência. Alguns ex-escravos passaram a ganhar a vida fazendo pequenas apresentações em praça pública, porém muitos deles utilizaram a capoeira para roubar e saquear. 
Os marginais brancos também aprenderam a nova luta com o convívio mais direto com os negros e introduziram na sua prática as armas brancas. 
Formaram-se verdadeiros bandos de marginais aterrorizando a população. 
Já em 1890 a capoeira foi colocada fora da lei pelo Código Penal da República, que dizia:
Art. 402 - Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, promovendo tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena: De prisão celular de dois meses a seis meses. (Barbieri, 1993, p.118).
Segundo Sodré (1983), as punições aplicadas eram reclusão na ilha Fernando de Noronha e castigos corporais, tais como chibatadas. 
Segundo Areias (1983), os seus chefes foram encarcerados ou exterminados, mas a capoeiragem continuou fazendo o seu trajeto. 
A capoeira se espalhou pelo Brasil, porém foi nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco onde se encontravam os maiores comentários entre o povo e a imprensa local. Apesar de reprimida a capoeira continuou a ser praticada e ensinada para as gerações seguintes. 
Em 1929 ocorreu à quebra da Bolsa de Nova Iorque com a consequente crise do capitalismo, o Brasil viveu um momento de ebulição das forças sociais. 
Com a entrada de Getúlio Vargas no governo do país, medidas foram tomadas para angariar a simpatia popular, entre elas a liberação de uma série de manifestações populares. Para tal, Getúlio Vargas convidou Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, para uma apresentação no Palácio do Governo. Temendo a popularização da arte - luta, Getúlio Vargas permitiu a abertura da primeira academia de capoeira, que teria um cunho folclórico. Após essa passagem, a capoeira perdeu suas características de luta marginal e vadiagem, visto que para frequentar a academia de mestre Bimba os indivíduos eram obrigados a ter carteira de trabalho assinada.
Grande parte do que se sabe hoje sobre a capoeira praticada pelos escravos foi transmitido pelas gerações de forma oral, visto que "... a documentação referente à época da escravatura foi queimada por Rui Barbosa, Ministro da Fazenda no governo de Deodoro da Fonseca" (Sete 1997).
Enfim, a capoeira ganhou a popularidade estimada por Bimba, e até os dias de hoje vem reunindo adeptos pelo país.